domingo, 11 de abril de 2010

Da releitura da Língua Portuguesa pela Igreja

Como pessoa observadora que sou, já há algum tempo tenho notado como o o vocabulário dos fiéis muda após entraram de cabeça em determinada religião, especificamente a religião evangélica.

Por exemplo, a aplicabilidade das palavras se torna diferenciada. Antes uma palavra que significava  A, no máximo B, agora, significa milhares de coisas.

Exemplo:

A criança tirou um 10 na prova de matemática - "Esse menino é uma bênção"
O menino quebrou o vidro da sua janela. " É uma bênção essa criatura."
A moça é um pouco dada nas suas relações interpessoais com o sexo oposto. - "Fulana é uma bênção.."
O chefe promoveu alguém por motivos não muito claros - "Dr. Sicrano é uma bênção.."

E por aí vai... Tudo é uma bênção. E não necessariamente apenas em uma ramificação da religião, pois há uma infinidade de divergências no protestantismo no Brasil. Só as que eu lembro:

Batista
Betesda
Universal
Canãa
Igreja Internaconal da Graça de Deus
...

São religiões dentro de outras religiões, porém todas elas dão esse novo look  à semântica.

Certa vez, não me contive e perguntei a um evangélico por que eles ficavam com o vocabulário tão limitado. Tudo se resumia em grande parte a "benção", "promessa" e "senhor" e as argumentações se resumiam a citar versículos da bíblia.

Um fiel me disse, no que diz respeito à palavra bênção,  que era pelo fato de não poder falar palavrão, então em vez de falar palavrão ele dizia a palavra bênção. Ora, depois desse dia, pelo menos pra mim, a palavra bênção nunca mais foi a mesma...

Se alguém que já notou essa muliplicidade de aplicações da palavra "bênção" pela igreja evangélica receber essa denominação, é capaz de passar dias se questionando sobre o que tal pessoa quis dizer com aquilo e chegar à conclusão de que é inutil tentar obter uma resposta.

Afinal, a vida é uma bênção...

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