sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Devolva-me...

Como dizia Adriana Calcanhoto na brilhante interpretação de um dos maiores sucessos da MPB: "...DEVOLVA-ME, DEVOLVA-ME, DEVOLVA ME..."



Há tempos que "canto" esse trecho para uma pessoa que sub-utiliza o que lhe é fornecido. Emprestei minha gramática preferida, cativa, no intuito de ajudar, porém a pessoa nem estuda e nem me devolve. O que é revoltante neste momento crucial: véspera de prova de concurso.  

Sinto-me órfã. Saudades de você: Gramática do Faraco e Moura.  Ainda na infância me a deram de presente. Eu a lia diariamete... Aiai. Até hoje não encontrei uma gramática tão completa quanto ela. Nem Ulisses nem Pasquale nem Celso Cunha nem Cegalla nem mesmo a Leila Sarmento conseguiram substituí-la.

Embora muitos professores tenham tentado me convencer de que havia outras melhores, foi com ela que aprendi o que sei e tirei as melhores notas de Português de todos os concursos e seleções que fiz.Não posso sequer garantir que outra edição dos mesmos autores possa suprir as minhas necessidades linguísticas. Aquela edição foi feita numa época em que não se tinha que encher os livros de  figuras e praticamente implorar para que o estudante os abrisse. Era uma gramática completa, que respeitava a nossa língua, diferentemente de umas que vejo por aí em que praticamente se chama tudo de neologismo, de "expressão cultural"... Passa-se a mão na cabeça da preguiça de grande parte dos brasileiros, que não lê sequer três livros por ano, mesmo os que possuem mais condições e que prefere ficar horas em salas de bate-papo e em sites de relacionamento, onde assassinam a Língua Portuguesa e acabam levando para suas vidas  - e para suas provas -  expressões como "axo, abs (abreviação de abraço -  SIC!) .

Estou com receio de me perder nesse mundaréu de publicações. Quero minha gramática de volta! Devolva-me...