quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRE-PE (2010) - UM RELATO

Em virtude do lançamento do novo edital do TRE-PE, após o fiasco com a CONESUL em 2010, resolvi repostar o grande dia em que eu poderia ter conquistado uma vaga num tribunal não fosse a desorganização da DESorganizadora.
 
"Ah, vida de concurseiro... Viajar pelo país em busca de uma vaga, sujeitar-se a situações às quais você não se sujeitaria normalmente, fazer uma ótima prova e, em virtude da má organização do certame, não saber se esse terá continuidade. Definitivamente, vida de concurseiro é repleta de emoção.

Dia 17/01/2010

09:00h - Começo os preparativos para o grande dia. Tomo banho, café. Verifico toda a documentação necessária, o material para ir lendo durante a viagem, água, barras de cereal, afinal não ia dar tempo ir a um supermercado e tudo no aeroporto é um absurdo.

10:30h - Saio de casa. Minha mãe vai me deixar no aeroporto. Chego com uma hora de antecedência, mas a fila para o chek-in está imensa. Pânico!( Não vai dar tempo fazer o chek-in - penso). Vou atrás de um funcionário da companhia aérea e consigo fazer o chek-in e embarcar.

11:35h - Avião finalmente decola. Rezo para que o avião não caia(era da TAM) e para que dê tudo certo.

12:25h - Céu num tom cinza-azulado, o comandante solicita que os funcionários interrompam o serviço de bordo. Começa a turbulência. Lá se vai minha concentração pra terminar de ler a resolução 21.538. Alguns instantes dentro de nuvens, tudo se normaliza.

12:45h - "Sejam bem-vindos ao Recife"( por que " ao Recife" se Recife não pede artigo? Pensei que só os Recifenses tivessem essa mania, mas...), disse o comandante.

Clima fantástico para um dia de prova: 13:00h, parecendo um fim de tarde chuvoso.

13:00h - Vou em busca de almoço. Não há a menor possibilidade de fazer uma prova de estômago vazio ou com preenchimento insuficiente ou precário, mas, antes, tenho que comprar um cartão telefônico pois, "idiotamente"(neologismo carregado da emoção do momento) não comprei o cartão antes. Tive que pagar 8 reais por um cartão telefônico da Oi - dupla revolta...

13:26h - Já no restaurante, o pedido finalmente chega. Quase 5 reais por um suco e me vem um refresco de laranja de 300 ml... Chamo o gerente e  o esclareço da diferença entre suco e referesco, pelo menos no caso da laranja. Ele é solícito, pergunta-me se desejo o dinheiro de volta ou um suco de verdade. Estou com pressa, não quero nem  uma coisa nem outra...

13:55 - O tempo voa... Ligo para a empresa de táxi e a atendente informa que o táxi levará uns 10 minutos ainda pra chegar. Digo ok, porém estou disposta a esperar apenas 5 minutos. Curiosamente, em 2 minutos o táxi chega.

14:00h - Digo para o taxista que ele tem que ir "voado", pois minha prova é às 14:30h. Ele acata minha ordem e faço uma viagem com emoção, cheia de zigue-zagues, ultrapassagens perigosas. Mas é isso mesmo.

14:20h - Chego ao local de prova. Verifico meu nome na lista. Subo para o andar onde fica minha sala.

14:22h- Identifico-me na entrada da sala. Tiro o rótulo da garrafa de água mineral por solicitação da fiscal. Vou até a cadeira reservada para minha pessoa. - número 29 (Só depois analisei numerologicamente: um bom número... )

Após esse momento, perco a noção de tempo determinado. Estou sem relógio, meu celular está sem bateria  na bolsa. Aguardo o início da prova.

Eu sabia que próximo à Escola Luiz Delgado existia uma feira, mas não que ela havia sido transferida para a dentro da sala em que eu ia realizar a prova. Deveria ter levado meus tampões de ouvido. É incrível como no PI e em PE os candidatos se conhecem ou desenvolvem uma amizade repentina e começam a conversar e a rir como se estivessem numa festa.

Chegam as provas. A fiscal solicita uma candidata(na minha sala só havia mulheres) para romper o lacre. Creio que, pelo tamanho da saia da candidata, ela se decepcionou ao ver que só havia mulheres no recinto. Porque, em dia de chuva, alguém ir fazer uma prova com uma saia que, com dois dedos a menos, daria pra ver o útero, esse alguém só poderia estar querendo desconcentrar os candidatos do sexo masculino e as homossexuais. Aliás, intriguei-me mesmo como deixaram alguém que foi quase nua fazer a  prova.

Começa a entrega das provas. Enquanto as provas estão sendo entregues, as candidatas continuam conversando, mesmo as que receberam as provas. Solicito ao fiscal do sexo masculino que chame a atenção para a conduta proibida em edital. Ele diz "ok" e dá de ombros.  Pense num fiscal bem preparado e com moral...

A fiscal do sexo feminino se prepara para ler as instruções, e a sala recusa a leitura. Cinco minutos depois, começam as perguntas idiotas. Dispensam a leitura e perguntam sobre o que está na capa da prova? Candidato além de cara de pau é paradoxal...

Finalmente, o silêncio! Começo a resolver a prova. Conhecimentos Gerais, tranquilo. Conhecimentos Especificos me deixam em dúvida em duas questões. Fico até o final para poder levar a prova e também para conseguir me lembrar de mais informações para não errar as questões que me deixam em dúvida. Termino a prova. Entrego meu gabarito.

Saio. Tomo um banho de chuva enquanto espero o táxi. Chego ao aeroporto. Niguém no balcão e a atendente não me deixa fazer o chek-in nas máquinas. Ela solicita que eu fique na fila, aguardando para ser atendida pelos funcionários fantasmas, pois só ela estava vendo atendentes no balcão. Após um pequeno estresse, ela emite meu bilhete na máquina.

Finalmente, entro no avião. Cansaço, sensação de dever cumprido. Fome amenizada pelo sanduiche que foi servido (estava com qualidade inferior ao da ida, pois o pão parecia de dois dias atrás, mas tava quente, tava valendo).

Uma hora depois: "Bem-vindos ao Aeroporto Internacional Pinto Martins". Ah, minha Terra da Luz, I'm back!.   "

 






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