domingo, 25 de janeiro de 2009

Manifestação Obrigatória?

Hoje seria um belo domingo de sol, curtindo a maravilhosa Praia do Futuro ou, simplesmente, ficando em casa, estudando para outros concursos mais céleres e organizados, entretanto, por livre e espontânea pressão, deverei participar de uma caminhada pela "paz"...

Primeiramente, no meu entendimento, manifestação é algo voluntário; segundo, a manifestação deve ter um foco evidente e não ser artifício para outras solicitações. Não tenho nada contra a paz, todavia, se manifestações resolvessem o problema da marginalidade, o Rio de Janeiro seria um paraíso.


Creio que ações pró-ativas contribuem muito mais do que faixas e blusas brancas. Já foi comprovado que os bandidos não se sensibilizam com qualquer tipo de manisfestação, se isso os tornasse mais humanos, bastaria a foto dessa postagem(tirada no MAC de Niterói). Para que imagem mais chocante que o pai Jesus atingido por uma bala de fuzil?




Todavia, a violência, salvo raras exceções, é derivada de um problema social. Seu combate deve ter duas vertentes: a preventiva e a repressiva. A preventiva, com a atenção do Governo voltada à educação e reestabelecimento de um ambiente saudável para as crianças que vivem nas ruas(pois os meninos de rua de hoje poderão ser os assaltantes do amanhã). Já a repressiva, diz respeito à ação da polícia. Não somente o quantitativo do policiamento ostensivo deve ser levado em consideração como a qualidade dos profissionais que já exercem a profissão e daqueles que vão entrar na corporação. A valorização do profissional, com salários dignos e condições de trabalho decentes, minimiza os desvios de conduta, embora, na minha opinião, ética e caráter sejam invendáveis.
Mas falar de fora é muito fácil. Você arriscaria a sua vida por R$ 600,00(seiscentos reais)? Subiria o morro e se manteria ético e irredutível, morando de aluguel, com um filho doente cujos remédios custam em torno de R$ 400(quatrocentos reais)? Essa é a peculiaridade da ética. Nunca é fácil tomar uma atitude.
Por fim, após essa explanação e voltando ao cerne da questão, ratifico que, enquanto estamos com rosas brancas nas mãos, pedindo paz; os bandidos estão com seus fuzis arquitetando mais um assalto.

Nenhum comentário: